Está previsto para o próximo semestre o início da construção do Complexo Cultural Teatro da Dança. A obra custará R$ 700 milhões ao governo do estado de São Paulo e ocupará 16 mil m² na praça Júlio Prestes, no bairro da Luz, na capital. A confirmação foi feita pelo secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Machado Costa, em reunião na Comissão de Finanças e Orçamento da Assembléia Legislativa.
O presidente da Cooperativa Paulista de Teatro, Ney Piacentini, questiona a decisão do governo de construir o empreendimento sem consultar a população e os artistas.
“É uma iniciativa em âmbito estadual, inclusive para criar uma companhia estatal de dança. Se o estado precisa ou não, no mínimo precisaríamos passar por um debate público sobre essa necessidade. A minha impressão é a de que não precisa, mas o fato é que não houve um debate com a sociedade.”
Somente as desapropriações custarão R$ 34 milhões. Entre elas, o prédio da antiga rodoviária da cidade, onde atualmente funciona uma galeria de lojas. As primeiras demolições ocorreram em março. Piacentini considera que falta transparência.
“Se analisarmos, por exemplo, quanto o estado de São Paulo recebe para a dança em forma de editais ou mesmo aqueles que conseguem captar recursos a partir da renúncia fiscal do ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços], eu acredito que não chega a 10% disso. É um investimento feito de cima para baixo, cujos propósitos são, no mínimo, nebulosos.”
A região onde será construído o teatro abriga importantes espaços culturais, como a Sala São Paulo, a Pinacoteca do Estado e o Museu da Língua Portuguesa.
De São Paulo, da Radioagência NP, Jorge Américo.
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" A gente não quer só comida. A gente quer comida, diversão e arte" Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Sérgio Britto
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